Publicado por: José QUEIROZ | 27/05/2012

RECOLONIZAÇÃO DO BRASIL

BRASIL DIVIDIDO EM COLÔNIAS DE SEUS PARTIDOS POLÍTICOS

José Queiroz

 

No mesmo modelo de todos os tempos e sociedades! E, como sempre, por preguiça, incapacidade intelectual e produtiva, ou ganância, traição, e cumplicidade da elite local. Vêm aí para as prefeituras do Brasil os velhos “salvadores da pátria”, e seus discursos impessoais e eleitoreiros. O DEM assistiu a destruição de Salvador sem mover uma palha em sua defesa, mas acredita que o soteropolitano está esperando por ele. PSB, PT, PSDB, PMDB e alianças, depois de oito anos explorando os recursos gerados no município, apesar das atividades econômicas destruídas por eles – turismo, serviço de praia, vida noturna no Aeroclube e Pelourinho – sem investir um centavo na cidade, acreditam que o povo os quer como tábua de salvação.

Todos eles estão presos ao dinheiro e interesses de seus financiadores, cujas cúpulas estão longe da realidade e das necessidades dos municípios. Esses partidos se tornaram sorvedouros do dinheiro do Brasil graças ao corporativismo, assistencialismo, corrupção e impunidade. Tomaram o Estado, trocaram técnicos por políticos, desrespeitam a Constituição, alteram leis e contratam pessoas e obras ao bel prazer, assumiram o controle dos negócios através da tal parceria pública privada, e manipulam o patrimônio público como se fosse deles. Com a proteção da banda podre da justiça, das bênçãos históricas das igrejas que convencem o povo a se alimentar apenas de fé, e da conivência de acadêmicos, formadores de opinião e juristas, muitos debilitados física, mental, moral e espiritualmente pelas drogas, bebidas e consumo exibicionista e inútil, satisfeitos por ter, não por ser. Supostamente protegidos pelo dinheiro, amigos e condomínios, mas já não tanto.

O Brasil está dividido em colônias do PT, do PSDB, do PMDB, do DEM, do PSB, etc. As regiões, riquezas e instituições foram divididas. A Petrobrás é do PT, o turismo é do PMDB, e assim sucessivamente. Não há líder local, defesa dos interesses locais, administração do potencial e dos recursos locais. O dinheiro está comprometido com os altos salários que compram o silêncio, bolsas que compram votos, com a farra das indenizações de supostos prejudicados pela ditadura, metrôs, estádios, resorts, publicidade enganosa e muita roubalheira. Não há dinheiro que chegue para bancar correligionários e comissões, bajuladores e propinas, esposas consumistas, filhos exibicionistas, carrões, cursos no exterior – foi preciso criar o programa nacional de bolsas no exterior para atender aos filhos deles – viagens, farras, etc. E estão “lutando bravamente” para tornar em gasto governamental a campanha política. É saque! 

A Comissão da Verdade reflete a sociopatia do governo atual, parece um teste de discernimento e tolerância da sociedade brasileira. O segundo Governo mais corrupto do mundo quer a verdade! É muita cara de pau, muito cinismo, muita avacalhação com o Brasil. Estes atos esdrúxulos que terminam em desvio de dinheiro do contribuinte que iria para a educação, saúde e segurança, são decididos por eles e suas audiências públicas circenses, formadas por gente que ganha bolsas e sequer sabe o que acontece nelas. E lá vai mais dinheiro público! Mas o feitiço pode virar contra o feiticeiro, afinal, pode-se discutir à vontade nas escolas e universidades – agora com apoio do governo! – a verdade sobre esquerda e direita, socialismo e capitalismo, e os reflexos na sociedade humana. Muitas “descobertas” acontecerão!

Os partidos políticos passaram dos limites, se perderam nos conchavos que chamam de aliança e que os obrigam a aceitar todo tipo de procedimento de seus membros e coligados, e estão sacrificando perigosamente a sociedade. No caso de Salvador, como se não bastasse o salário infame que não permite educar filhos de trabalhadores da mesma maneira como se educam os filhos dos membros dos partidos políticos, a Prefeitura e a Câmara, e o Governo e a Assembleia Legislativa, desempregaram milhares de cidadãos nos últimos anos com a destruição do Pelourinho, do turismo, das barracas de praia, do Aeroclube e dos postos de trabalho, obrigando o cidadão anônimo, sem voz, mas contribuinte – e que vota! – a conviver com as carências de seus filhos, perdendo muitos para a delinquência. Governos anteriores trouxeram atividades para o município, mas o atual, seus partidos, e os financiadores, têm outros interesses.

O Brasil tem perdido prestígio, parceiros e divisas, por causa da corrupção absurda nos últimos 10 anos, pela impunidade dos agentes do governo, e pela violência urbana incontida. Os gastos e as mentiras com a publicidade já não convencem, mas a ignorância os faz crer em si mesmos, na eternidade dos recursos naturais, e na estupidez e inércia do povo brasileiro, cada vez mais angustiado, revoltado e disposto a dar um basta. A inquietude é visível, os movimentos sociais estão crescendo, a comunicação através da internet e do turismo é uma realidade irreversível. É revoltante a incompetência e a roubalheira, a irresponsabilidade e o desprezo pelas necessidades básicas do cidadão no governo atual do Brasil, que culpa outros, mas não faz nada para mudar.  Além do pão, tiram as possibilidades, dão maus exemplos, e tornam o futuro incerto.

É preciso profissionalizar a administração pública, exigir capacidade como fazem os grandes grupos econômicos, as grandes empresas. Não faz sentido entregar economias gigantes como a do Brasil a quem não está preparado. A democracia tem que estimular a disputa destes cargos por quem estuda e se prepara, e não por semianalfabetos aventureiros ou maus caráter. Para ser do Judiciário tem que ser operador do Direito, obviamente para o Executivo tem que ser administrador, e para o Legislativo tem que ser filósofo, jurista, sociólogo, etc. E fiscalizar esta gente! Do contrário o Brasil continuará estudando, pesquisando, inventando e criando condições de vida mais digna, graças às riquezas naturais e a capacidade de seu povo, mas desperdiçando tudo com a ignorância, amoralidade e irresponsabilidade de seus partidos políticos.

 


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